Não foi só pelos Estados Unidos que os ETs andaram dando as caras. Eles gostam - e muito - do samba brasileiro. Prova disso foram as diversas vezes que visitaram as bandas de cá.
Apesar do assunto extraterrestre estar enraizado na cultura pop americana, esses mochileiros intergalácticos – como todo gringo que se preze – gostam muito do Brasil. O país é tão querido pelos alienígenas que há milhares de relatos de visitas, incluindo uma noite em que nada menos do que 21 Ovnis foram vistos no espaço aéreo brasileiro. Uma verdadeira excursão.
A preferência por terras nacionais, dizem os ufólogos, deve-se, em parte, à hospitalidade do povo brasileiro, quem diria. “Não que a gente receba uma quantidade anormal de visitas de Ufos, mas é que aqui, devido à tranqüilidade de nosso povo em relação ao assunto, as visitas são mais registradas e relatadas, ocasionando um maior número de observações”, afirma Ademar Gevaerd, presidente do Centro Brasileiro de Pesquisas de Discos Voadores (CBPDV), sediado em Campo Grande (MS). Os arquivos do CBPDV contêm cerca de 10 000 relatórios de observações ufológicas e contatos ocorridos em todo o país. A questão aqui cresceu tanto que tomou proporções governamentais: em 1969, foi criado o Sistema de Investigação de Objetos Aéreos Não Identificados (Sioani), um órgão oficial e secreto da Força Aérea Brasileira (FAB) só para pesquisar os danadinhos.
Segundo especialistas, os alienígenas que costumam nos visitar gostam de um friozinho. Pode reparar que casos de Ovnis na praia são raríssimos. “Especificamente lugares altos e com pouca luz, áreas rurais montanhosas das regiões Centro-Oeste e Nordeste, por exemplo. Isso explica a grande enxurrada de observações na Chapa dos Veadeiros (GO), Chapada Diamantina (BA) e Chapada dos Guimarães (MT)”, lembra Gevaerd.
Confira a seguir as histórias e os principais locais por onde os ETs passaram no Brasil. E lembre-se deles antes de programar suas próximas férias.
Varginha (MG)
Este é o caso mais famoso da ufologia brasileira, que projetou a pacata cidade mineira para o mundo. Às 8h da manhã do dia 20 de janeiro de 1996, o corpo de bombeiros de Varginha recebia uma chamada telefônica anônima. A pessoa pedia aos bombeiros que investigassem uma estranha criatura vista em um parque no norte do distrito Jardim Andere. Duas horas depois, eles chegaram ao local e ficaram estupefatos com a visão: um bípede de um metro e meio de altura, com olhos vermelhos, pele oleosa marrom e veias salientes murmurava num canto, como se estivesse ferido. Testemunhas disseram que a criatura possuía três protuberâncias na testa e uma pequena abertura em seu rosto parecida com uma boca. Disseram também que produzia um estranho som, parecido com o zumbido de abelhas. Esta e outra criatura semelhante teriam sido capturadas no parque, numa ação que mobilizou a PM, bombeiros e a Escola de Sargentos das Armas. Um ET morreu e outro foi levado para a Universidade de Campinas, onde teria sido autopsiado pelo legista Badan Palhares (sim, aquele mesmo do caso PC Farias...) e estaria lá até hoje. Todas as instituições envolvidas na história declaram que tudo não passa de invencionice. Mas três garotas da cidade juram ter visto a tal criatura. Ufólogos brasileiros afirmam ter depoimentos gravados sobre a captura do ser e as manobras dos militares para escamotear o caso. Se era mesmo um ET, fica difícil saber ao certo. Mas que alguma coisa esquisita andou por Varginha, isso lá é verdade...
São Francisco de Salles (MG)
Um dos primeiros casos devidamente registrados por aqui e que causou considerável frissom foi o do agricultor Antonio Villas-Boas, em outubro de 1957, nas proximidades da cidade mineira de São Francisco de Salles. Nas noites de 5 e 14 de outubro daquele ano, um misterioso Ovni teria sido visto fazendo evoluções sobre a fazenda de Villas-Boas. Ele e outros membros de sua família repararam que o aparelho tinha a forma de um ovo e emitia uma luz prateada. Depois de sobrevoar o local por alguns minutos, o fenômeno desapareceu, só voltando no dia 15, quando o agricultor teria sido raptado. Os ETs teriam retirado amostras de seu sangue e feito ele transar com uma ETzinha. Durante toda sua vida, o agricultor nunca caiu em contradição ao narrar sua história. Para a ufologia mundial, o caso Villas-Boas foi marcante por ser o primeiro em que o interior de uma nave foi descrito em detalhes. Fora isso, foi a partir deste caso que os estudiosos começar a cogitar o interesse genético dos alienígenas pela raça humana.
Vigia (PA)
Durante algumas noites em 1977 e 1978, várias pessoas garantem que foram perseguidas por estranhos objetos voadores luminosos. O Ovni lançava um raio de luz vermelha sobre a vítima, que desmaiava e acordava minutos depois com estranhas marcas pelo corpo. As Forças Aéreas Brasileiras resolveram investigar, na chamada Operação Prato. A FAB declarou que não descobriu nada, mas admitiu que algumas pessoas realmente perderam uma pequena quantidade de sangue misteriosamente.
São José dos Campos (SP)
No dia 19 de maio de 1986, tripulantes e passageiros de um avião comercial desembarcavam em São José dos Campos quando várias luzes vermelhas, verdes e brancas tomaram conta do céu. Os radares do aeroporto captaram 21 pontos estranhos na região. A FAB enviou caças das bases de Anápolis (GO) e Santa Cruz (RJ), mas as luzes deixaram nossos aviõezinhos para trás. Até hoje não se sabe o que aconteceu. Pilotos fizeram vários relatos dizendo não terem conseguido identificar as origens dos pontos luminosos e muitos admitiram que “não se tratava de algo desse mundo”. Ufólogos pediram ao Ministério da Aeronáutica um relatório sobre a noite, mas até hoje o documento não veio a público.
Amparo (SP)
Em 1997, ufólogos foram chamados para analisar pegadas de uma criatura bípede, com estatura média de 1,60 metro e cerca de 100 quilos. Dias antes, um ser, supostamente o Chupacabras, teria matado 29 galinhas com um furo de precisão cirúrgica no peito, sem sangue. Há também registros de ataques da criatura no Maranhão, Tocantins, Amazonas. Existem diversas teorias sobre a origem do Chupacabras: muitos ufólogos supõem que as criaturas sejam espécies de bichinhos de estimação de ETs para a colheita de material terráqueo.
Escrito por Mariana Sgarioni para a revista Superinteressante.
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